segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Numa tarde de outono [2]


    Bom, esse foi um trabalho feito para o colégio no ano passado… Nos foi dado um início e devíamos dar o desenrolar de um conto. Gostei tanto que acabei fazendo duas versões (essa é a segunda, gostei mais); só não postei antes pois achei que tinha perdido, hehe. ;P

  

    Numa tarde de outono, um jovem resolveu visitar sua namorada. Ao chegar à casa dela, descobre que a porta estava aberta. Estranhou, o resto da casa estava fechada e ela nunca esquecia nada aberto, ainda mais a porta! (morria de medo de assaltos) Nem pensou em ligar, estava só de passagem e não iria demorar mesmo. Virou-se para partir quando algo como um estalo em sua cabeça o fez parar.

    A rua estava deserta! (por que uma rua tão movimentada enexplicavelmente estava sem viva alma?) O dia estava nublado e frio, quase escuro e, mesmo assim, não havia nenhuma luz em nenhuma casa!

    Virou-se num sobressalto quando um carro passou ao longe (muito longe) e num impulso correu de volta à casa.

    Parou com a mão na maçaneta da porta.

    Estava entreaberta.

    Devia ter sido o vento.

    Não havia vento.

    Olhou para cima e viu uma luz bruxuleante no andar de cima; como a luz maliciosa de velas se insinuando pelas cortinas do quarto antes escuro (o quarto estava mesmo escuro ou ele não vira isso antes?). Sentiu um cubo de gelo descer até o estômago ao tentar respirar fundo.

    Percebeu que estava suando. E tremendo. O silêncio comprimia seus ouvidos. Sua cabeça começava a rodar. Sentia que ia gritar…

    Então escancarou a porta.

    E foi tudo muito rápido. Teve de relance o horror da consciência do que estava ocorrendo a sua volta. As velas, o circulo no chão com aquelas coisas, o cheiro no ar, de almíscar e… Algo mais. Mas logo em seguida tudo escureceu, antes que pudesse entender qualquer coisa. O grito silenciou-se em sua garganta.

    Um corpo caiu no chão, ao lado do primeiro. E a última vela se apagou.

    Nesse momento um trovão rasgou o céu e a chuva desabou.

    Um cachorro uivou ao longe. A dona de casa correu para recolher a roupa. Um carro virou a esquina. As luzes dos postes se acenderam. Uma criança começou a chorar.

    A casa permaneceu fechada. Os vizinhos achavam que a moça havia voltado para o interior e vendido a casa. Não havia animais lá; sem motivos aparentes nem gatos, nem cães, nem andarilhos, nem mesmo a hera invadia aquele terreno.

    Anos mais tarde uma jovem recebia a chave da belíssima casa que comprara de um simpático senhor que lembrava seu avô de tão idoso e frágil que aparentava ser.

    — Acho que é só, obrigada – disse ela com um sorriso.

    — Não há de que, disponha – respondeu ele com um sorriso e um brilho no olhar que ela infelizmente não percebeu.

    Ela não sabia o que lhe aconteceria.

    Meses mais tarde os vizinhos acharam que a casa havia sido novamente desocupada e vendida.

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