domingo, 7 de fevereiro de 2010

Numa tarde de outono [1]


    Bom, esse foi um trabalho feito para o colégio no ano passado… Nos foi dado um início e devíamos dar o desenrolar de um conto. Gostei tanto que acabei fazendo duas versões (essa é a primeira); só não postei antes pois achei que tinha perdido, hehe. ;P


 

    Numa tarde de outono, um jovem resolveu visitar sua namorada. Ao chegar à casa dela, descobre que a porta estava aberta. Estranhou, o resto da casa estava fechada e ela nunca esquecia nada aberto, ainda mais a porta (morria de medo de ladrões)! Nem pensou em ligar, estava só de passagem e não iria demorar mesmo. Virou-se para partir quando algo como um estalo em sua cabeça o fez parar.

    A rua estava deserta! – por que uma rua tão movimentada estava sem viva alma? – O dia estava nublado e frio, quase escuro e, mesmo assim, não hhavia nenhuma luz em nenhuma casa. Virou-se num sobressalto quando um carro passou ao longe (muito longe) e num impulso correu de volta à casa.

    Parou com a mão na maçaneta da porta.

    Estava entreaberta.

    Devia ter sido o vento.

    Não havia vento.

    Olhou para cima e viu a luz bruxuleante no andar de cima; como a luz maliciosa de velas se insinuando pelas cortinas do quarto antes escuro (o quarto estava mesmo escuro ou ele não vira isso antes?).

    Sentiu um cubo de gelo descer até o estômago ao tentar respirar fundo. Percebeu que estava suando… E tremendo… O silêncio comprimia seus ouvidos… Sentia que ia gritar…

    Escancarou a porta.

    A casa estava um breu. Arfando (sem saber porquê) tentou perguntar se havia alguém alí quando descobriu que a voz não lhe obedecia. Havia um ruído baixíssimo no ar, mas ele nem percebeu. O que o fez entrar ignorando sua vontade de sair correndo; e subir as escadas invejando as patas silenciosas de um gato, foi o cheiro.

    Um cheiro fortíssimo. Era como uma mistura de ervas desconhecidas (doces e enjoativas) e… Algo mais.

    Parou em frente a porta do quarto. Estava encostada e a única luz da casa escapava dançando por baixo dela; só então se deu conta da música. Era uma nota grave cantada ininterrupyamente (os monges cantavam coisas assim, não?)

    Com um toque suave empurrou a porta e ela se abriu.

    Sua respiração parou.

    Aleatoriamente constatou que o algo mais era sangue.

    Aquela cena não podia ser real! Devia estar sonhando! Devia…

    Não viu mais nada; um grito calou-se em sua garganta. O corpo caiu no chão ao lado do primeiro, apagando a última vela.

    Nesse momento um raio partiu o céu e a chuva desabou. A dona de casa saiu correndo para recolher a roupa; alguns carros viraram a esquina; uma mãe gritou para o filho entrar em casa; um cachorro uivou ao longe.

    A casa permaneceu fechada por anos. Ninguém sabia quem a havia comprado. E nem mesmo cachorros ou andarilhos se atreviam a cruzar aquele portões.

    Diziam que era mal assombrada.

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